Eu nunca pensei que poderia escrever. Assim, profissionalmente, ou pelo menos, direito, para um público.
Na verdade, fiz muita prosa doutrinária, escrevendo sobre espiritualidade e caminhos assim. Achava que literatura mesmo era para os poucos privilegiados, publicados e a coisa toda… Resumindo: literatura não era mim.
E foi quand eu resolvi gazer o corso lat0-sensu em Estudos Literários. Razão: estudo de gêneros na alfabetização das crianças. Oras bolas, se vc faz uma coisa, bom que conheça os meandros da coisa. Lá fui eu, feliz da vida que, quem sabe, fosse saber um pouco mais sobre a poesia que tanto se fala, se faz, mas pouco se entende… romances… poxa, poderia entrar no NaNoWriMo. Fora os outros, contos, crônicas, cartas.
Estilística foi a primeira matéria e eu achei que teria um troço, que não deveria estar ali. De Saussere a Bahktin, tudo era russo, grego, francês para mim! Comecei o curso pensando que deveria fazer Letras e deixar aquilo tudo pra trás… Mas, se eu tinha conseguido lidar com 4 anos de Pedagogia, 18 meses de Estudos Literários, teria que dar.
Então, vieram os estudos de gêneros, algumas questões de linguística e semi-ótica. Foi quando tudo fez sentido.
Descobri, por exemplo, que hoje, pouco faz diferença o suporte que usamos para a Literatura. Também aprendi que para fazer um texto ser poético, ele não precisa ser um poema (que mts vezes correm o risco de serem meio vazias, sem talento, sabe?). Tudo que importa é envolver e usar bem as palavras. Um bom autor é o que sabe como representar um pensamento em boas escritas.
E aprendi que sou uma pessoas de 2 gêneros, preponderantemente: a conto e a crônica. Penso, inclusive que cada entrada de blog tem um lance de cronista.
Conhecer um gênero a fundo significa poder estudar meandros, técnicas e fazeres, além de um tanto histórico. Afinal de contas, um romance nem sempre foi um romance, certo, Dom Quixote?
E, no fim das contas, descobri que tudo isso é igual quando se escreve para crianças.
A literatura tem de ser uma semente. Um texto tem de plantar algo dentro da gente. Uma reflexão, um novo texto…
Palavras são sim, uma grande invenção do homem.
Pietra